O capital humano ainda é considerado o input mais importante de uma organização, independentemente da automação de suas atividades. Sem eles, nada funciona. Por isso é fundamental que todas as organizações invistam em qualidade de vida durante o trabalho, principalmente se o ambiente oferece riscos à saúde. Nessa perspectiva, muitos empregadores se questionam sobre o que é o PPR.
Em alguns ambientes que possuem material em suspensão — gases, vapores, neblinas, aerodispersóides, fumos, por exemplo — é essencial a implantação de medidas como o Programa de Proteção Respiratória, ou seja, PPR.
Neste post, explicamos não só o significado desse tema, mas a importância dessa ação para a proteção dos empregados. Além disso, você conhecerá todas as medidas que fazem parte dele. Confira!
Entenda o que é PPR ou Programa de Proteção Respiratória
O PPR é, na verdade, um conjunto de medidas que têm o objetivo de evitar a contaminação dos colaboradores de uma empresa por meio da inalação de gases químicos, fumaças, entre outros.
O programa possui informações que declaram a descrição do Equipamento de Proteção Respiratória (EPR), operacionalização, treinamento, responsabilidades do empregado e empregador e por fim, como deverá ser administrado.
Esse projeto desenvolvido visa impedir que colaboradores sejam expostos a qualquer tipo de riscos ocupacionais que os afetem instantaneamente ou parcialmente ao longo do tempo a saúde dos envolvidos. O programa deve ser seguido para garantir o alcance do objetivo esperado.
A obrigatoriedade do PPR
A aplicação do programa é obrigatório desde 1994 em todo local de trabalho que possua materiais em suspensão que cause algum risco a saúde das vias aéreas. A regulamentação dele é indicada no Instrução Normativa nº 1, de 11 de abril de 1994, do Ministério do Trabalho e Emprego.
Aliás, o fornecimento de EPIs (equipamentos de proteção individual) é dever do empregador — conforme determinam as normas do Ministério do Trabalho. Além disso, a empresa deve fornecer, também, treinamentos para o uso correto dos equipamentos.
De acordo com a Norma Regulamentadora n.º 33, sobre segurança e saúde no trabalho em espaços confinados, o PPR precisa ser implementado de acordo com a análise de riscos oferecidos por ambientes, tipos de trabalho e complexidade das funções.
Conheça a importância da implementação desses tipos de programa
É natural que alguns processos produtivos acabem deixando no ar diversos tipos de poeira, fumaças e vapores prejudiciais à saúde do trabalhador. A inalação dessas substâncias pode afetar gravemente os pulmões e causar doenças respiratórias. Por isso, o uso de alguns equipamentos deve ser obrigatório nas empresas com esse perfil.
O portal de segurança e saúde do trabalhador, a Fundacentro (Fundação Jorge Duprat Figueiredo, de Segurança e Medicina do Trabalho), oferece a cartilha Programa de Proteção Respiratória como base para a implementação do PPR.
Uso do PPR na existência de risco
O objetivo do PPR é garantir que existam medidas de prevenção à contaminação, deixando claro todas as responsabilidades do empregador em tais situações. Além disso, é preciso monitorar o ambiente de trabalho para garantir que as regras sejam seguidas.
É importante ressaltar que, apenas o uso de um respirador não protege o trabalhador da exposição aos gases tóxicos, mesmo que a máscara esteja adequada aos riscos do ambiente.
Por isso, o programa de proteção trabalha também com avaliações para se certificar de que o usuário está protegido. Isso acontece por meio de diversos ensaios quantitativos e qualitativos, como uma verdadeira experiência que testa os níveis de vedação e analisam se ela é suficiente ou não.
Uso de PPR para envio do e-Social
Existem dois casos exclusivos no e-Social que enquadram empresas em relação ao PPR. Aquelas dentro da NR-22, cujo foco está voltado para mineração e código “2202” na tabela 30 e dentro da NR-34, que estão voltadas para indústria naval e o código “3402”, na mesma tabela.
Uso do PPR para avaliação ambiental
A avaliação do ambiente visa entender quão saudável está o local de trabalho e entender a existência de qualquer material em suspensão que possa afetar a saúde do profissional e, ao mesmo tempo, a sua capacidade operacional dentro do posto de atividade.
Entenda a etapa de implantação
O Programa de Proteção Respiratória (PPR) constitui uma série de atividades a serem seguidas para garantir ao máximo, a efetividade do processo e a segurança dos empregados. Além dos procedimentos estabelecidos, existem uma série de passos anteriores a implantação que otimizam a efetividade do programa, confira:
Avalie a exposição
Antes de mais nada, o primeiro passo a ser feito é avaliar o local de trabalho para identificar possíveis riscos respiratórios no ambiente. Durante esse processo, é possível entender o quão exposto está o colaborador e como o material em suspensão está presente. Esse entendimento é feito por meio de profissionais especialistas em segurança do trabalho.
Selecione o respirador
Seguindo o processo de análise de perigos à respiração, entendendo a existência de elementos nocivos, bem como sua concentração e tipo de exposição, a empresa deverá definir o tipo de respirador que pode ser aplicado.
Existe um cálculo mínimo que facilita essa escolha. Levantamos qual o nível presente do composto no ambiente e qual é o limite que o colaborador pode ter com ele. Dentro do fator encontrado levamos a escolha do respirador ideal para o contexto.
Providencie o teste de adequação
Esse teste é obrigatório. Nesse momento, o empregador deve verificar detalhes como tamanho, estilo, modelo ou fabricante, adequação de uso ao colaborador, definindo a escolha do protetor respiratório.
Aplique treinamentos
Assim como o teste de adequação, os treinamentos são obrigatórios em alguns contextos e em caso de uso voluntário, fica apenas a recomendação.
Entretanto, a preocupação e a exigência do PPR não são únicos fundamentos para a garantia da saúde ocupacional do empregado. É necessário que ele entenda como utilizar a ferramenta de proteção, bem como a importância do programa para si.
Não esqueça da avaliação médica
Por fim, a entidade empregatícia pode aplicar exames médicos que visam entender o atual estado de saúde do colaborador que foi exposto, além de acompanhar as etapas de implantação, garantindo a efetividade do programa.
Aprenda como funciona um ensaio de vedação
O ensaio de vedação (também conhecido como Fit Test) precisa ser realizado antes que qualquer trabalhador utilize respiradores para atuar em um local contaminado ou poluído. Existem muitos modelos de máscaras respiratórias e cada uma delas exige um tipo de ensaio específico. Entre os modelos mais utilizados na implantação do PPR, temos:
- máscaras de segurança;
- respiradores com purificador de ar;
- respiradores de adução de ar com circuito fechado;
- respiradores com vedação positiva e negativa;
- máscaras motorizadas e que utilizam ar comprimido.
O objetivo dos ensaios é garantir que nada passe pela vedação da máscara no rosto e verificar se há conforto no contato com o osso nasal e no encaixe do queixo. É preciso certificar também se os tirantes que prendem o equipamento ao rosto estão com tensão adequada e se há possibilidade de comunicação enquanto a máscara está fixada.
Alguns trabalhadores não devem participar do ensaio de vedação por conta de algumas características — como barba ou cicatrizes profundas que prejudiquem a vedação.
Exercícios que devem ser realizados durante o ensaio
Exercício de respiração
Realizado com o colaborador de pé em posição ereta e braços estendidos. A pessoa precisa conseguir respirar de modo normal e também profundamente sem que haja hiperventilação.
Movimento de cabeça
Na mesma posição do exercício de respiração, é preciso que a pessoa consiga mover a cabeça de um lado para o outro sem que o respirador toque nos ombros. O colaborador deve conseguir ler algum trecho indicado e tocar os pés com a ponta das mãos sem que haja desconforto. Todos os exercícios devem ser realizados por, no mínimo, um minuto.
Saiba quem pode implementar os processos dentro da empresa
De acordo com a Portaria n.º 1 emitida pelo Ministério do Trabalho, em 11 de abril de 1994, somente pessoas qualificadas de acordo com as leis vigentes estão autorizadas a realizar treinamentos dentro das empresas. Além disso, todo usuário dos equipamentos que receber treinamento precisa ser protocolado, coletando-se a data do treinamento e o nome completo do colaborador.
Existem algumas empresas especialistas no desenvolvimento e implantação desse tipo de medidas. Essas empresas seguem normas estabelecidas por lei e se responsabilizam por todo o projeto, monitoramento e reciclagem dos treinamentos.
Descubra de que é composto o PPR
Como estabelecido por lei, estas são as etapas que compõem todo e qualquer Programa de Proteção Respiratória:
- procedimentos operacionais descritos;
- indicação do administrador do programa;
- seleção e limitações de uso dos respiradores;
- manutenção e inspeção de equipamentos;
- escolha do modelo das máscaras de respiração;
- questionário médico;
- ensaios de vedação;
- treinamento de usuários.
O Programa de Proteção Respiratória não tem prazo de validade específico, porém o mais recomendado é que o projeto seja revisado ao menos uma vez por ano ou sempre que houver alterações no ambiente de trabalho ou na forma como uma atividade é executada.
Também é recomendável que todos os funcionários que utilizarem os respiradores realizem exames médicos que possam garantir que estejam aptos a usá-los.
Muitos empreendedores buscam entender o que é PPR, principalmente pela intensificação da importância da saúde do ambiente de trabalho. Para garantir a execução e a eficiência do programa, é fundamental contratar com uma empresa especialista na área, que possa participar desde as etapas de avaliação do ambiente, passando pela implantação do programa e a sua execução. Garantindo essa parceria, alcançamos maior eficiência do PPR.
Agora que você já entende sobre o assunto, aproveite para entrar em contato com a KF Medicina e como podemos ser uma grande parceira para execução do PPR!