Faz parte das responsabilidades do empregador zelar pela saúde de seus colaboradores e reduzir o impacto danoso que as condições de trabalho podem causar. Em algumas situações, o processo produtivo pode resultar em danos nas vias aéreas, comprometendo pulmão, traqueia, fossas nasais e faringe.
Detectado o risco respiratório no ambiente industrial, deve haver monitoramento e adoção de medidas cabíveis para redução do dano. O Ministério do Trabalho orienta, nas Normas Reguladoras, que um local com ar contaminado precisa de um Programa de Proteção Respiratória (PPR).
Dentre os tantos assuntos relacionados à segurança do trabalho, o Programa de Proteção Respiratória requer especial atenção. Por isso, neste artigo, vamos falar sobre a sua importância e como colocá-lo em prática.
Riscos para o sistema respiratório
Algumas funções industriais que envolvem máquinas e sistemas de grande porte podem colocar em risco a qualidade de vida dos funcionários. Para evitar tal situação, o técnico em segurança do trabalho precisa estar atento e avaliar os riscos existentes.
A presença de poeiras, fumos metálicos (resultado de soldagem ou aquecimento de metal) e fragmentos de partículas em suspensão (como o carvão) podem causar severos problemas de saúde nos colaboradores. Locais que armazenam milho, soja ou outros alimentos podem gerar poeiras finas e farinhas que ficam retidas nos pulmões.
É importante ter em mente que gases, vapores e poeiras são incolores, dificultando a identificação. Portanto, a gestão eficiente atua preventivamente para evitar problemas de saúde nos envolvidos no processo de produção.
Proteção para os trabalhadores
Lançado em 1994, o Programa de Proteção Respiratória criou um roteiro lógico de seleção de Equipamento de Proteção Coletiva (EPC) para prevenção de problemas gerados por condições de trabalho. Dessa forma, permite que o empresário tenha certeza de que o colaborador terá as condições de saúde mantidas.
O PPR é obrigatório para empresas que tenham funcionários atuando em locais com material em suspensão (aerodispersóides, névoas, fumos, radionuclídeos, neblina, fumaça, vapores, gases), pelo risco de que danifiquem as vias aéreas.
O empregador tem a responsabilidade de reduzir a exposição ao menor nível possível. Para isso, pode alterar o processo produtivo e os produtos utilizados, instalar equipamentos de proteção coletiva e, em último caso, adotar o uso de respiradores.
Prevenção é a melhor decisão
Os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) proporcionam proteção aos riscos de um ambiente insalubre. Existem modelos de máscara que se adaptam às diferentes situações — e não é indicado economizar na escolha dos equipamentos. As atividades exercidas devem ser analisas pelo técnico em busca do modelo mais adequado.
Os modelos disponíveis são:
- semifaciais — protegem boca e nariz, podendo ser descartáveis ou somente necessitar da troca do filtro;
- completas — protegem todo o rosto do colaborador, cobrindo da testa ao queixo. São produzidas em polietileno ou silicone e contém uma lente de policarbonato para a área dos olhos.
Os locais de risco devem conter sinalização para alertar sobre os perigos e os procedimentos de segurança. Treinamentos e reciclagem do conhecimento da equipe são medidas indispensáveis para garantir as práticas preventivas de segurança respiratória.
Estabelecer uma rotina de trabalho segura é um desafio que deve ser norte na gestão de pessoas. Afinal, as decisões eficientes para a proteção do trabalhador influenciam diretamente nos resultados obtidos. Por isso, é fundamental manter-se informado sobre o que há de mais seguro e moderno no setor.
Ao realizar o Programa de Proteção Respiratória com eficiência, você poderá ver o reflexo no desempenho dos funcionários. Aproveite a melhoria na qualidade de vida do colaborador, e confira como o PPR pode ajudar também a reduzir os quadros de absenteísmo.